A fertilidade feminina depende de um conjunto de fatores biológicos, e um dos mais determinantes é a qualidade oocitária, ou seja, a capacidade dos óvulos de amadurecer, serem fertilizados e originarem embriões saudáveis.
Embora o número de óvulos diminua naturalmente com a idade, a qualidade também sofre impacto de condições metabólicas, hormonais e ambientais. Nos tratamentos de reprodução assistida, compreender como avaliar essa qualidade é essencial para aumentar as chances de sucesso.
Então, neste artigo, explicamos os principais marcadores e preditores de qualidade oocitária, como eles são avaliados e de que forma interferem nos resultados da fertilização in vitro (FIV).
O que é qualidade oocitária e por que ela importa
A qualidade oocitária vai muito além da aparência do óvulo, afinal, ela reflete a integridade genética, o equilíbrio metabólico e o potencial de desenvolvimento embrionário. Assim, um óvulo de boa qualidade carrega DNA íntegro, mitocôndrias funcionais e capacidade de interagir adequadamente com o espermatozoide.
Essas características determinam não apenas a fertilização, mas também o sucesso da implantação e a saúde do embrião. Assim, a qualidade oocitária é considerada o ponto central da fertilidade feminina.
Marcadores biológicos da qualidade oocitária
Avaliar a qualidade oocitária de forma direta é um desafio, já que a coleta dos óvulos ocorre durante a FIV. No entanto, a medicina reprodutiva utiliza diferentes marcadores indiretos que ajudam a estimar o potencial de cada oócito.
Reserva ovariana e idade
A idade é um dos principais preditores de qualidade oocitária. Mulheres com mais de 35 anos tendem a produzir óvulos com maior risco de aneuploidias (alterações cromossômicas). Testes como FSH, AMH (hormônio antimülleriano) e contagem de folículos antrais são usados para avaliar a reserva ovariana — que, embora não reflita diretamente a qualidade, oferece um panorama da função ovariana.
Marcadores hormonais e metabólicos
A produção equilibrada de estradiol, progesterona e LH é essencial para o amadurecimento oocitário. Distúrbios hormonais, como os observados na síndrome dos ovários policísticos (SOP), podem, então, comprometer a maturação e aumentar a fragmentação cromossômica.
Aspectos morfológicos
Durante a coleta dos óvulos na FIV, os embriologistas avaliam aspectos visuais, como forma, textura do citoplasma e estrutura da zona pelúcida. Apesar de subjetiva, essa análise morfológica ainda é um dos parâmetros mais utilizados na rotina clínica.
Preditores de qualidade oocitária
Os preditores são fatores que ajudam a antecipar a qualidade e o potencial de sucesso dos óvulos antes mesmo da coleta.
Idade materna
O envelhecimento celular afeta diretamente as mitocôndrias, responsáveis pela energia do oócito. Com o tempo, a capacidade de divisão celular e reparo genético diminui, o que explica a menor taxa de sucesso em gestações espontâneas e em FIV após os 38 anos.
Estilo de vida e hábitos
Tabagismo, sedentarismo, consumo excessivo de álcool e exposição a toxinas ambientais reduzem a qualidade oocitária. Por outro lado, uma alimentação rica em antioxidantes, o controle do peso e a prática regular de atividade física melhoram o ambiente metabólico dos ovários.
Fatores metabólicos e hormonais
A resistência à insulina e a disfunção tireoidiana estão entre os fatores que mais interferem na qualidade oocitária. Essas condições alteram o microambiente folicular e prejudicam o amadurecimento do óvulo.
Avanços científicos na avaliação da qualidade oocitária
A pesquisa na área da medicina reprodutiva tem evoluído para identificar novos marcadores moleculares e genéticos. Estudos recentes investigam o papel das proteínas mitocondriais, do RNA mensageiro e dos microRNAs como indicadores de competência oocitária.
A tecnologia de inteligência artificial (IA) também começa a ser aplicada na análise de imagens oocitárias e embrionárias, permitindo prever o potencial de desenvolvimento com maior precisão. Embora ainda experimental, essas ferramentas podem revolucionar a seleção de óvulos e embriões no futuro.
Como melhorar a qualidade oocitária
Embora a idade cronológica não possa ser revertida, diversos cuidados podem ajudar a preservar ou otimizar a qualidade dos óvulos:
- Manter uma alimentação equilibrada e rica em antioxidantes.
- Evitar cigarro, álcool e exposição a substâncias tóxicas.
- Regularizar o sono e controlar o estresse.
- Tratar doenças hormonais e metabólicas precocemente.
- Realizar acompanhamento ginecológico e reprodutivo contínuo.
Essas medidas fortalecem a saúde ovariana e contribuem para melhores resultados em tratamentos de reprodução assistida.
A qualidade oocitária é um fator determinante para o sucesso reprodutivo e depende de aspectos biológicos, genéticos e ambientais. Por isso, compreender seus marcadores e preditores permite planejar com mais segurança o momento ideal para engravidar e escolher estratégias adequadas de tratamento.
Na Clínica Vilara, oferecemos uma abordagem personalizada, aliando tecnologia de ponta e cuidado humano para apoiar cada mulher em sua jornada pela fertilidade.
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