As doenças autoimunes são condições nas quais o sistema imunológico, que deveria proteger o corpo, passa a atacar tecidos e órgãos saudáveis. Essa reação desregulada pode atingir diferentes partes do organismo e, em muitos casos, comprometer a capacidade de ter filhos.
A relação entre doenças autoimunes e fertilidade tem ganhado destaque na medicina reprodutiva, especialmente porque esses distúrbios afetam uma parcela significativa da população em idade fértil. Mulheres com lúpus, tireoidite de Hashimoto ou síndrome antifosfolípide, por exemplo, podem enfrentar maiores desafios para engravidar ou manter uma gestação saudável.
Então, neste artigo, vamos explorar de forma clara e científica como as doenças autoimunes interferem na fertilidade masculina e feminina, e quais caminhos terapêuticos podem ajudar quem sonha com a maternidade ou paternidade.
Como as doenças autoimunes afetam a fertilidade feminina
Quando o sistema imunológico identifica erroneamente o próprio corpo como uma ameaça, ele pode desencadear inflamações que afetam o funcionamento dos ovários, do útero e, até mesmo, da implantação embrionária.
Inflamações e falhas de implantação
Inflamações sistêmicas alteram o ambiente uterino, prejudicando a receptividade endometrial. Assim, nessas situações, o embrião tem mais dificuldade para se fixar, o que pode resultar em falhas de implantação ou abortos precoces.
Síndrome antifosfolípide e risco gestacional
A síndrome antifosfolípide, uma das doenças autoimunes mais estudadas na reprodução, causa formação anormal de coágulos. Isso pode comprometer a circulação sanguínea na placenta, aumentando, então, o risco de perdas gestacionais recorrentes e pré-eclâmpsia.
Tireoidite de Hashimoto e disfunções hormonais
A tireoidite autoimune, conhecida como Hashimoto, afeta o equilíbrio hormonal essencial para a ovulação e o desenvolvimento embrionário. Por isso, o controle dos níveis de TSH antes da concepção é fundamental para aumentar as chances de uma gravidez saudável.
Doenças autoimunes e fertilidade masculina
Embora mais comuns em mulheres, as doenças autoimunes também interferem na fertilidade masculina. O sistema imunológico pode reagir contra os próprios espermatozoides, comprometendo a qualidade seminal e reduzindo as chances de fecundação.
Anticorpos antiespermatozoides
Em alguns homens, o organismo produz anticorpos que se ligam aos espermatozoides, dificultando sua mobilidade e capacidade de penetrar o óvulo. Esse processo, conhecido como infertilidade imunológica, pode ser diagnosticado por meio de testes laboratoriais específicos.
Doenças sistêmicas e inflamação testicular
Doenças como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide podem causar inflamações testiculares, alterações hormonais e até redução na produção de espermatozoides. O uso de alguns medicamentos imunossupressores também exige acompanhamento médico rigoroso para evitar prejuízos à função reprodutiva.
Tratamentos e estratégias de cuidado
O tratamento das doenças autoimunes e fertilidade deve ser individualizado, com acompanhamento conjunto entre imunologistas, endocrinologistas e especialistas em reprodução assistida. O objetivo é controlar a resposta autoimune e restabelecer o equilíbrio necessário para a concepção.
Controle da inflamação e estabilidade clínica
Antes de tentar engravidar, é essencial estabilizar a doença de base. A gestação deve ser planejada em momentos de remissão, quando os marcadores inflamatórios estão sob controle.
Suporte medicamentoso e terapias personalizadas
Corticosteróides, anticoagulantes e imunomoduladores são utilizados em alguns casos, sob supervisão médica. Além disso, mudanças no estilo de vida, alimentação anti-inflamatória e manejo do estresse ajudam a reduzir o impacto imunológico.
Reprodução assistida como alternativa
Em situações em que a fertilidade está comprometida, técnicas como fertilização in vitro (FIV) e congelamento de óvulos ou embriões podem oferecer boas taxas de sucesso, desde que o quadro autoimune esteja controlado.
O olhar da medicina reprodutiva
A ciência avança constantemente na compreensão das interações entre o sistema imunológico e a fertilidade. Estudos recentes indicam que o equilíbrio imunológico é determinante para a implantação embrionária e o desenvolvimento saudável da gestação.
Por isso, cuidar do sistema imunológico não é apenas tratar uma doença: é preservar a capacidade de gerar vida. O acompanhamento multidisciplinar garante que o tratamento seja seguro, eficiente e humanizado.
As doenças autoimunes e fertilidade estão profundamente conectadas, e compreender essa relação é essencial para planejar uma gestação saudável. O controle adequado da doença, o suporte médico especializado e a abordagem integrada entre diferentes profissionais aumentam as chances de sucesso reprodutivo.
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