Entenda como funciona a ovodoação compartilhada

Postado na categoria Diversas em e atualizado em 17/10/2022

No campo da reprodução assistida, existe a possibilidade de doação de óvulos para tratamentos de fertilidade. Além disso, outra modalidade desse mesmo procedimento é a ovodoação compartilhada. Você conhece essa opção?

Tanto a doação quanto o compartilhamento de óvulos ocorrem quando uma paciente, por razões de força maior, não consegue utilizar seu próprio material genético para gestar. No entanto, há uma pequena diferença entre as duas categorias.

Você vai entender, neste artigo, o que é a ovodoação compartilhada e como ela funciona para as participantes. Boa leitura!

O que é ovodoação compartilhada?

A doação de gametas é uma prática solidária, em que pessoas com boas condições reprodutivas fornecem suas células para que outras possam utilizá-las em tratamentos de fertilidade.

O material costuma ficar armazenado no banco de gametas de uma clínica ou pode ser utilizado a fresco, o que é mais comum no caso dos óvulos.

Nesse sentido, temos a doação de óvulos como um ato de generosidade entre mulheres.

Quando falamos em ovodoação compartilhada, nos referimos a um procedimento que envolve duas pacientes de reprodução assistida, sendo que uma delas doa seus óvulos excedentes à outra.

No caso, a doadora escolhe usar somente a quantidade de gametas necessária para seu tratamento. Os oócitos restantes poderiam ser congelados para uma tentativa futura, mas ela opta por destiná-los a outra mulher que precise. 

O interessante é que a receptora arca com parte dos custos do tratamento da doadora.

Para quem é indicada a ovodoação compartilhada?

Estima-se que 30% das ocorrências de infertilidade conjugal derivam de fatores femininos. O avanço da idade é uma das principais causas, pois a reserva ovariana fica cada vez mais escassa com o passar dos anos, além de que os gametas perdem a qualidade.

Mesmo mulheres em idade reprodutiva podem ter dificuldade para engravidar quando apresentam um quadro de menopausa precoce. 

O mesmo pode acontecer com aquelas que foram submetidas a cirurgias para retirada dos ovários por tumores malignos ou benignos.

Em suma, a ovodoação compartilhada é indicada para pacientes de reprodução assistida que se encaixem nos seguintes perfis:

  • Mulheres acima dos 35 anos;
  • Menopausa;
  • Falência ovariana precoce;
  • Tratamentos oncológicos, como radio e quimioterapia;
  • Cirurgias ovarianas prévias;
  • Frequentes falhas na FIV com material próprio.

Como funciona a ovodoação compartilhada para a doadora?

Neste procedimento, doadora e receptora passam por etapas distintas. Primeiro, saiba que o Conselho Federal de Medicina (CFM) determina algumas normas em sua Resolução 2.294/21.

A doação de óvulos é voluntária, ou seja, não pode ter fins lucrativos ou comerciais. Além disso, as partes envolvidas têm suas identidades preservadas, de modo que doadora e receptora não se conheçam.

Para doar óvulos, a mulher deve ter entre 18 e 37 anos, ter uma boa reserva ovariana e não possuir doenças genéticas ou infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Agora vamos ao tratamento propriamente dito. A doadora, após fazer todos os exames que atestem sua aptidão para utilizar óvulos próprios, passa pela estimulação ovariana com hormônios injetáveis. 

Esse processo auxilia na maturação de mais oócitos em um ciclo e é padrão em técnicas de reprodução assistida.

Os gametas serão coletados por punção ovariana guiada por ultrassom, e parte deles será destinada à receptora. A partir de então, o tratamento da doadora segue normalmente com a transferência dos embriões formados em laboratório.

Como funciona a ovodoação compartilhada para a receptora?

A paciente que recebe os óvulos doados também deve passar por um preparo para que seu útero responda ao tratamento. Ela será submetida à preparação do endométrio para receber os embriões gerados a partir dos óvulos de outra paciente.

Sendo assim, durante a fase de estimulação ovariana da doadora, a receptora fará uso do estrogênio. Este é o hormônio responsável pelo desenvolvimento do endométrio, isto é, o revestimento interno do útero, onde o embrião se implanta e inicia a gravidez.

Os óvulos doados serão fertilizados pelos espermatozoides do parceiro da receptora e, nessa fase, se dá início ao uso de um outro hormônio. Dessa vez ela receberá doses de progesterona, com a finalidade de concluir o preparo do endométrio para que ocorra a gestação.

De acordo com o CFM, a idade limite para realizar tratamentos de fertilidade é de 50 anos. Portanto, estes são os dois requisitos para ser uma receptora na ovodoação compartilhada:

  • Ter no máximo 50 anos de idade;
  • Ter passado pelo preparo endometrial.

Vale salientar que a receptora não escolhe a doadora. A seleção fica a cargo do médico que conduz o tratamento, levando em conta as características biológicas e fenotípicas de ambas. 

Assim, o compartilhamento de óvulos ocorre entre duas mulheres que possuem atributos compatíveis.

Nota-se que a ovodoação compartilhada é um ganho para as pessoas envolvidas. De um lado, a receptora aumenta suas chances de engravidar devido à solidariedade de outra paciente. De outro, a doadora divide os custos financeiros do seu tratamento com a receptora.

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