A primeira gestação após transferência de embriões descongelados foi descrita em 1983, na Austrália. Desde então, a técnica aprimorou-se e as taxas de gestação obtidas com esta técnica variam entre 25-55%. Deve-se salientar que o seu sucesso aumenta as taxas de gravidez de um único ciclo de estimulação ovariana.
A criopreservação de embriões pode ser realizada quando os embriões se encontram nos dias 2,3,5 e 6 do seu desenvolvimento, sendo que os melhores resultados obtidos pelo nosso Serviço são no estágio embrionário de blastocisto (dias 5-6), quando as taxas de gravidez podem atingir 55%. O método de criopreservação utilizado pelo nosso Serviço é a vitrificação, técnica considerada a mais moderna, simples e altamente eficaz.
Indicamos a criopreservação de embriões nos seguintes casos:
(1) Alto número de embriões de boa qualidade obtidos num único ciclo de FIV/ ICSI: por lei, no Brasil está proibido descartar embriões excedentes, devendo todos ser criopreservados para posterior utilização.
(2) Risco de Síndrome de Hiperestimulação Ovariana (SHO): não se realiza a transferência embrionária enquanto haja risco de SHO. Num ciclo posterior, mais oportuno, procede-se à transferência dos embriões congelados obtidos. É uma das formas mais seguras de prevenção desta grave condição clínica.
(3) Endométrio inadequado: o desenvolvimento de hidrometra (presença de líquido dentro da cavidade endometrial), sangramento uterino ou luteinização precoce podem ser boas indicações de congelamento dos embriões, para sua posterior transferência.
(4) Impossibilidade de realização de transferência: seja por dificuldade técnica (não conseguir passar o cateter de transferência pelo canal cervical) até mesmo por causa da paciente (problemas de saúde da paciente, por exemplo).(5) Preservação da Fertilidade: aresenta como ponto negativo, a necessidade de existência de um parceiro ou de utilização de sêmen de doador, em caso contrário.